quarta-feira, fevereiro 02, 2011


Canil em más condições é denunciado pela população

Quem chega ao bairro Jardim Franco Plaza, que fica nos arredores dos bairros São José do Barreto e Parque Aeroporto, logo percebe a grande quantidade de casas em construção no local.

Considerada uma área nova na cidade, o Jardim Franco Plaza vem chamando a atenção da população por causa de uma outra construção existente no bairro: a de uma espécie de canil, construído apenas com tijolos, alguns pedaços de telhas e uma cerca de arame farpado de fácil remoção, sem nenhum tipo de muro para isolá-lo.

No canil, localizado em um pequeno terreno da Quadra 2 do bairro e que é dividido em quatro pequenas casinhas, apenas três animais estavam presos durante a visita que a equipe de reportagem de O DEBATE realizou no local no último dia 25. Bastante agitados, os cães demonstraram muita carência e ao mesmo tempo irritação com a presença da equipe. Com uma quantidade razoável de ração e água disponíveis para os animais, o que mais chama a atenção é a estrutura feita para abrigar os cães.

No canil apenas uma porta de entrada tenta dar vazão para o vento, que costuma ser escasso naquela região, principalmente nos dias de verão, fazendo com que os animais fiquem durante toda a manhã e a tarde sofrendo com o calor, já que a maioria fica preso a coleiras.

Os que tentam fugir do calor, muitas vezes tentam fugir, conseguindo se desvencilhar das coleiras ou até mesmo, transformando a tentativa de fuga em um desastre.
Segundo a população que vive no local, é comum que cães tentem fugir pulando o cercado com a coleira e acabem morrendo enforcados.

Segundo os vizinhos do canil, poucos cães estão no local presos porque muitos conseguem fugir e ficam perambulando pelas ruas do bairro.

“Muitos conseguem se soltar e alguns moradores, principalmente as crianças, ficam com medo, pois alguns chegam a correr atrás das pessoas e, infelizmente, não sabemos o estado de saúde destes animais, o que nos leva a ter medo também de alguma doença que possam transmitir”, disse uma das vizinhas.

A vizinhança do canil também informou que o pequeno abrigo existe há cerca de 2 anos, e que um casal costuma ir algumas vezes na semana para olhar os animais, deixar água e ração e remover algumas sujeiras. “Sabemos que eles moram no Lagomar, mas toda semana estão aqui para ver os bichos.

Eles chegaram a nos prometer a construção de um muro para evitar que os cães fiquem soltos se conseguirem fugir, mas até então nada foi feito. Também dizem que eles recebem uma verba da prefeitura para manter o canil, mas nunca ninguém nos confirmou e nem ao menos sabemos o nome deles”, disse uma das vizinhas que, por medo de retaliações, não quis ser identificada.

Já uma outra moradora do Franco Plaza, que mora ainda mais próxima ao canil, diz que além da pena que sente em ver os cães tão solitários, também se sente incomodada com a presença de vários deles em seu quintal. “Quando eles se soltam, vêm direto mexer no lixo, reviram tudo e às vezes até deixam fezes no quintal. 

Outro problema é a grande quantidade de carrapatos que deixam, pois a parede da minha casa vive repleta deles, e como tenho um bebê de 10 meses, fico preocupada com o que pode acarretar na saúde dele e da nossa família”, disse a jovem.
Os vizinhos também contam que a alta rotatividade de animais no canil chama a atenção dos moradores. “Há um tempo atrás eram mais de 20 cães que viviam ali, mas o número foi diminuindo gradativamente. Uns porque fugiram, outros porque morreram tentando escapar ou mesmo porque foram atacados por outros bichos. Aparentemente eles estão bem cuidados e sendo alimentados frequentemente, o problema é o barulho e a bagunça que fazem na vizinhança, pois todos nós gostamos de cachorros mas sabemos que esta não é a melhor forma de mantê-los”, declarou.

Voluntários do movimento social Protetores dos Animais de Macaé (PAM) também estiveram no local após o recebimento de uma denúncia anônima, de que ali funcionaria um canil clandestino.

“Não temos como afirmar se o lugar é um canil clandestino, pois não há nenhuma informação sobre o local, nem mesmo sabemos a quem pertence, com que objetivo foi construído e é mantido.

Mas sabemos que deve ter uma estrutura específica, uma assistência veterinária frequente e um registro para funcionamento, além de demais exigências. Contudo, nossa intenção é ajudar de alguma forma estes animais e seus proprietários”, declarou Eliana Petrelli, uma das voluntárias do PAM.

Autor: Celine Moraes
Créditos das fotos: Wanderley Gil
Fonte: http://www.odebateon.com.br/